quarta-feira, 19 de junho de 2019

A Última Peça



 

Début Sarcáustico
 
A trajetória do Teatro Sarcáustico é revisitada no palco do Teatro do Instituto Ling. Os atores Daniel Colin, Guadalupe Casal e Ricardo Zigomático recebem amigos para comemorar a data e comunicam o encerramento das atividades do grupo. Não é pegadinha. Criadora de espetáculos premiados na cena gaúcha, como Wonderland e o Que M. Jackson Encontrou Por lá, Breves Entrevistas Com Homens Hediondos, Viral e Franky/Frankenstein entre outros, o Sarcáustico chegou ao fim depois de 15 anos de trajetória.
 
Logo na entrada do teatro, uma surpresa: o aviso de que os celulares devem permanecer ligados durante todo o espetáculo. Imediatamente somos adicionados a um grupo de mensagens no WhatsApp e acompanhamos a conversa dos atores e da produção antes, durante e depois da peça. Essa conexão reforça a impressão de que somos realmente convidados para a festa. Já dentro da sala, acompanhamos a montagem do cenário e a organização do espaço cênico enquanto os atores conversam com a plateia, interagindo com áudios gravados por eles falando sobre a peça. Tudo muito informal, num clima de festa de família e suas naturais lavações de roupa suja.
A última direção do Sarcáustico cabe a Gabriela Poester, cujo principal desafio foi agregar valor a um grupo com identidade definida e consagrada. Durante os 80 minutos de peça, acompanhamos uma retrospectiva da história do grupo, em que algumas piadas não são plenamente compreendidas por todos da plateia, confirmando mais uma vez que a festa é uma comemoração entre amigos. Praticamente todos se conhecem. O palco é uma extensão da plateia, criando um clima de entrosamento e de comunhão.
 
A irreverência e o humor ácido permeiam as diferentes camadas do espetáculo. Durante todo o tempo, a idéia de teatro documental se faz presente. A coletiva de imprensa é mais uma oportunidade- muito bem aproveitada- de passar a limpo a história, entregando de bandeja a intimidade do grupo. É divertida e confessional à medida em que oferece ao público a visão individual de cada sarcáustico. A cena final provoca. Invertendo papéis, os atores saem de cena e os espectadores sobem ao palco, o que nos lembra de que “Vida é palco, é plateia, é cadeira vazia, é rotina, odisseia, é sair de uma fria...”.
Debutar é início e fim. Proposital ou não, apesar da descontração, no Début Sarcáustico a alegria não foi o tom final da noite. Saí do teatro com a sensação de ter algo atravessado na garganta. Precisei silenciar e refletir sobre questões que me atravessaram. Pensar que o conceito de felicidade é um aprendizado diário. Pensar nos ciclos da vida e no tempo das coisas.
 
Ana Paula Bardini
 

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