quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Criaturas da Literatura


 

Ao entrarmos no teatro, os atores já estão em cena, parcialmente escondidos atrás das páginas de um livro. Tão logo nos acomodamos, vamos percebendo detalhes e pequenas sutilezas no cenário. O palco de dimensões restritas, se encontra totalmente preenchido por objetos cênicos, alguns visíveis, outros não. Imediatamente a curiosidade da nossa criança interior é aguçada, e deixamos o mundo real para entrar na fantasia, guiados por personagens como Alice, Ahab, Drácula, Dom Quixote, Pequeno Príncipe e Pinóquio. 
Ao completar 20 anos de existência, a Cia Teatro Lumbra de Animação (formada pelos sombristas Alexandre Fávero, Têmis Nicolaidis e Fabiana Bigarella) apresenta um trabalho potente e original. Em Criatura da Literatura, os personagens/objetos não ganham forma apenas por suas sombras- Fávero e Têmis também interagem com eles, por vezes até se assumem como os próprios personagens. Esta opção inovadora e arriscada propicia uma maior proximidade entre o espectador e a história, literalmente derrubando a barreira da quarta parede.

A ludicidade e o rompimento com a linearidade (tempo/ lógica/ pensamento) são os pontos principais da montagem dirigida por Fávero. A opção por objetos feitos de materiais descartados, como papelão e plástico, reforça a idéia da brincadeira inventada que valoriza o tempo de maneira diferente. Por outro lado, nada segue uma lógica aparente- nem mesmo a escolha das histórias- , o que permite a cada espectador, não importando a sua idade, fazer suas próprias conexões e dialogar com a narrativa de maneira pessoal e independente.




Uma das cenas mais lindas na sessão de sábado (dia 5 de outubro) aconteceu pós- espetáculo: as crianças sentadas no palco a manipularem os objetos cênicos, encantadas, fazendo perguntas e trocando com os atores.  Uma alegria imensa perceber que a criança ainda precisa brincar “de verdade”, mesmo que de faz-de-conta. Na fantasia, o prazer está em imaginar um mundo de possibilidades.



Assistir a Criaturas da Literatura é uma experiência reconfortante especialmente quando percebemos que o essencial (ainda) é simples muito simples e invisível aos olhos!
 
 
 
 
 
Ana Paula Bardini

 

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