sábado, 5 de maio de 2018

ROMEU+JULIETA- o Musical


Amor: linguagem atemporal

(...) Romeu e Julieta não é nem a melhor nem a mais consagrada das obras de Shakespeare, porém poucos contestarão que seja- e merecidamente- a mais amada. (Bárbara Heliodora)

 
Todos sabem que a maior história de amor de todos os tempos não tem um final feliz, isso não impede que siga nos emocionando. Romeu e Julieta é um clássico que se mantém atual através dos séculos por retratar o desejo da alma humana por um amor correspondido.

Romeu + Julieta- o Musical, em cartaz no Teatro Riachuelo Rio , tem como  ponto alto o casamento inusitado entre Shakespeare e as canções de Marisa Monte, que parecem feitas especialmente para contar essa história. Durante as duas horas de espetáculo, a plateia é arrebatada num crescente de emoções, com cenas muito bem desenhadas que ocupam alternadamente todo o palco e proscênio em atuações equilibradas. O elenco é formado por alguns nomes bastante conhecidos do teatro musical, dentre os quais um trio merece destaque especial: Stella Maria Rodrigues e sua personagam Ama, responsável por momentos engraçadíssimos, fazendo uma belíssima dupla com o Frei Lourenço de Claudio Galvan e Icaro Silva com seu impagável Mercuccio, livremente inspirado no negro gato....e sua malandragem felina.
Um elenco afinadíssimo, onde tanto o talento quanto a capacidade vocal dos 24 atores foram muito bem aproveitados nos arranjos, dando um colorido especial às musicas já conhecidas de todos.  Thiago Machado (Romeu) e Bárbara Sut (Julieta), além de formarem um casal lindo em cena, com suas vozes extremamente envolventes, ressaltam ainda mais a natureza romântica  dos personagens.
Nesta montagem a diversidade não apenas vocal, se faz presente na escolha da protagonista, uma atriz negra, e  no eclético elenco proporcionando um agradável conjunto. Com linguagem moderna e formas limpas, o cenário é composto por volumes retangulares de tamanhos diversos e grandes proporções, permitindo total mobilidade, sendo movimentadas ora por contra-regras, ora pelos próprios atores.

 
Os figurinos de João Pimenta enchem os olhos e aliados ao desenho de luz, concedem um efeito cênico espetacular.   Corpos dançantes traduzem sentimentos através das belíssimas coreografias, merecendo destaque a cena do baile de máscaras, logo no inicio do espetáculo e a do casamento que encerra  o primeiro ato deixando a plateia arrepiada e emocionada.
 

Assim como Shakespeare fazia, a direção acertada de Guilherme Leme Garcia , busca(com sucesso) aproximar o teatro do povo ao propor uma montagem contemporânea que fala a língua atemporal e universal do amor.



Um trabalho belíssimo que merece vida longa para ser visto muitas vezes.

 Ana Paula Bardini

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