Amor: linguagem atemporal
(...) “Romeu e Julieta não é nem a
melhor nem a mais consagrada das obras de Shakespeare, porém poucos contestarão
que seja- e merecidamente- a mais amada.” (Bárbara Heliodora)
Romeu + Julieta- o Musical, em cartaz
no Teatro Riachuelo Rio , tem como  ponto
alto o casamento inusitado entre Shakespeare e as canções de Marisa Monte, que
parecem feitas especialmente para contar essa história. Durante as duas horas
de espetáculo, a plateia é arrebatada num crescente de emoções, com cenas muito
bem desenhadas que ocupam alternadamente todo o palco e proscênio em atuações equilibradas.
O elenco é formado por alguns nomes bastante conhecidos do teatro musical, dentre
os quais um trio merece destaque especial: Stella Maria Rodrigues e sua
personagam Ama, responsável por
momentos engraçadíssimos, fazendo uma belíssima dupla com o Frei Lourenço de
Claudio Galvan e Icaro Silva com seu impagável Mercuccio, livremente inspirado
no negro gato....e sua malandragem felina.
Um elenco afinadíssimo, onde tanto o talento quanto a capacidade
vocal dos 24 atores foram muito bem aproveitados nos arranjos, dando um
colorido especial às musicas já conhecidas de todos.  Thiago Machado (Romeu) e Bárbara Sut
(Julieta), além de formarem um casal lindo em cena, com suas vozes extremamente
envolventes, ressaltam ainda mais a natureza romântica  dos personagens. 
Nesta montagem a diversidade
não apenas vocal, se faz presente na escolha da protagonista, uma atriz negra, e
 no eclético elenco proporcionando
um agradável conjunto. Com linguagem moderna e formas limpas, o cenário é composto
por volumes retangulares de tamanhos diversos e grandes proporções, permitindo
total mobilidade, sendo movimentadas ora por contra-regras, ora pelos próprios
atores.
Os figurinos
de João Pimenta enchem os olhos e aliados ao desenho de luz, concedem um
efeito cênico espetacular.   Corpos dançantes traduzem
sentimentos através das belíssimas coreografias, merecendo destaque a cena do
baile de máscaras, logo no inicio do espetáculo e a do casamento que encerra  o primeiro ato deixando a plateia arrepiada e
emocionada. 
Assim como Shakespeare fazia, a
direção acertada de Guilherme Leme Garcia , busca(com sucesso) aproximar o teatro do
povo ao propor uma montagem contemporânea que fala a língua atemporal e
universal do amor. 
Um trabalho belíssimo que merece vida longa para ser visto
muitas vezes.
 Ana Paula Bardini




 
 
 
 
 
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