todos que, ao perdermos o objeto do nosso amor,nos perdemos também.
                                                                                                               E como dói!!! 
Quando o término se dá de maneira traumática  ou unilateral, tanto pior. 
Isso porque ao nos apaixonarmos tecemos sonhos, fazemos planos, construímos as nossas expectativas em cima de um ideal e preferimos esquecer que ele- o amor- só é "eterno enquanto dura".  
É a tal lei da impermanência....
Quando fatalmente acontece, assim como em um luto, precisamos experienciar todas as etapas: negação, raiva, barganha, depressão e  finalmente a aceitação, só então nos encontramos novamente e estamos aptos a nos entregar por inteiro (mais uma vez).  O tempo- senhor da razão- nestas situações, mesmo parecendo não passar, ainda é o melhor remédio.
Este é o tema do espetáculo "Silencio.Doc" em cartaz no Teatro MuBe em São Paulo, um monólogo autobiográfico, primeiro exercício de escrita dramaturgica de Marcelo Varzea engavetado há 10 anos (mas também é a história de muitas pessoas). 
O ritmo da narrativa é frenético seguindo o fio condutor do pensamento....conectando idéias, criando sinapses, alternando os mais diversos sentimentos, transitando ora por momentos de  ansiedade máxima, ora por momentos de um saudosismo masoquista em um jorro dialético de palavras que se encaixam e desencaixam.  Durante os 60 minutos do espetáculo, a palavra é usada com toda a sua força dramática.
Varzea, bastante corajoso em cena, nos presenteia com sua total entrega ao personagem, um homem romântico contemporâneo com "dores e delicias".
Ainda que tragicomédia é no encontro do ator com o drama o ponto alto da encenação: a emoção contagia.
O assunto é denso, o fluxo de informações intenso. Em determinado momento, a quarta parede é derrubada, as luzes são acesas e a platéia toma um fôlego  ao ser convidada a cantar as suas próprias dores de amor.  (ufa)
A iluminação intimista, o figurino neutro e elementos cênicos essenciais servem como base para destacar a atuação.
Espetáculo de muitas camadas, rico em sutilezas e detalhes, impossível de captar tudo de uma única vez.  Que venha a turnê!
#evoé
 
 
 
 
 
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